1833- 19 de dezembro: João de Souza Dias Negrão (III) nasce no
São João da Graciosa, em Morretes, sendo seus pais, o Capitão João de Souza
Dias Negrão (II), “O Velho” natural de Portugal, que foi negociante no atacado
de fazendas, armarinhos e madeiras, e de Rita Maria Lustoza de Andrade Negrão,
filha do Sargento-Mor Ignácio Lustoza de Andrade.
Como a maioria dos homens de seu
tempo, só tinha o curso primário. Tudo quanto conquistou foi à custa de grande
força de vontade.
João Negrão foi um desses heróis
anônimos. Desses que se sacrificam silenciosamente e com satisfação pelo bem
estar dos entes que lhe são caros.
Um dos fatos mais marcantes de sua
vida foi o de zelar pela sua família, a partir de seus quinze anos. Seu pai
cegara. Com amor e carinho desempenhou os deveres de bom irmão e de filho
extremoso. Tudo fez pela instrução e educação dos tenros irmãos.
Casado com Maria Francisca da Luz
Negrão, filha do Capitão Manoel Cordeiro Gomes e de sua mulher Maria Francisca
da Luz Gomes. Filhos: Francisco de Paula Dias Negrão, casado em 20 de julho de
1895, com Astrogilda Serra de Sant’ Anna Negrão; João, falecido em criança;
João de Souza Dias Negrão (IV), falecido em criança, aos 11 anos; Tenente José
de Souza Dias Negrão; Octávio, falecido em criança, com 11 meses; Álvaro,
falecido em criança, com 16 dias; Antonio, falecido em criança, com um dia;
Maria Francisca da Luz Negrão Filha (Nenê), casada com seu primo irmão Capitão
Ricardo de Souza Dias Negrão Filho; Eugênio, falecido com 8 anos; Maria,
falecida com 4 dias; Esther da Luz Negrão, segunda mulher de seu cunhado
Ricardo Negrão Filho.
Exerceu vários empregos públicos
nos quais teve a ocasião de prestar inestimáveis serviços ao Estado e ao País,
sendo: Em 1852, com 19 anos de idade, Escrivão do Juiz Municipal de Curitiba;
nesse mesmo ano foi nomeado 2° Tabelião de Notas de Curitiba; em 15 de março de
1855 foi nomeado interinamente Administrador da Agência de Itararé e,
transferido a pedido, para Coletor da Vila do Príncipe, hoje Lapa; em 9 de
junho de 1855 foi nomeado Administrador Interino da Barreira do Rio do Pinto,
em Morretes; Oficial da Secretaria de Governo em 27 de agosto de 1856 tendo
pedido demissão deste cargo em 9 de março de 1857; em outubro de 1858 foi
nomeado Escrivão da Coletoria da Capital, cargo que exerceu até 20 de fevereiro
de 1860; logo depois foi nomeado Secretário da Repartição Estatística, sendo em
1863 adido a Secretaria de Governo; em 9 de junho de 1863 foi nomeado Escrivão
do Registro de Rio Negro, cargo que não chegou a exercer por haver sido nomeado
em 24 de agosto de 1863 escrivão da Barreira da Graciosa; em janeiro de 1864
assumiu interinamente o lugar de Administrador da Barreira, cargo em que foi
efetivado até aposentar-se em 1877. Depois de aposentado ainda exerceu o cargo de
Inspetor Escolar no Porto de Cima, no qual prestou muitos serviços a causa da
instrução. Foi também Deputado a Assembléia Provincial.
Todas essas funções foram
exercidas com solicitude e civismo, zelo e honestidade.
Político moderado, justo e
generoso. Foi membro preeminente do Partido Conservador. Quando exerceu o
mandato de Deputado a Assembléia Provincial muito lutou pela difusão do ensino
primário.
Deixou em seu livro de lembranças,
bonitas páginas as quais deixam transparecer a beleza moral do seu caráter.
Faleceu o Capitão João Negrão, em
2 de abril de 1887, sendo a sua morte muito sentida, tal era a consideração e
alta estima de que gozava entre seus compatriotas.
Foi o Capitão João Negrão um filho
exemplar, um esposo digno, um amantíssimo pai, um irmão de dedicado e um amigo
leal.
Que a mocidade de hoje saiba
seguir os exemplos proveitosos daquele grande coração.
Uma das principais artérias
viárias de Curitiba, a antiga Rua Rio Paraná, leva o nome desse ilustre
morretense.
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