O HISTORIADOR MORRETENSE - ERIC J. HUNZICKER

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Biografia de João Negrão III


1833- 19 de dezembro: João de Souza Dias Negrão (III) nasce no São João da Graciosa, em Morretes, sendo seus pais, o Capitão João de Souza Dias Negrão (II), “O Velho” natural de Portugal, que foi negociante no atacado de fazendas, armarinhos e madeiras, e de Rita Maria Lustoza de Andrade Negrão, filha do Sargento-Mor Ignácio Lustoza de Andrade.
Como a maioria dos homens de seu tempo, só tinha o curso primário. Tudo quanto conquistou foi à custa de grande força de vontade.
João Negrão foi um desses heróis anônimos. Desses que se sacrificam silenciosamente e com satisfação pelo bem estar dos entes que lhe são caros.
Um dos fatos mais marcantes de sua vida foi o de zelar pela sua família, a partir de seus quinze anos. Seu pai cegara. Com amor e carinho desempenhou os deveres de bom irmão e de filho extremoso. Tudo fez pela instrução e educação dos tenros irmãos.
Casado com Maria Francisca da Luz Negrão, filha do Capitão Manoel Cordeiro Gomes e de sua mulher Maria Francisca da Luz Gomes. Filhos: Francisco de Paula Dias Negrão, casado em 20 de julho de 1895, com Astrogilda Serra de Sant’ Anna Negrão; João, falecido em criança; João de Souza Dias Negrão (IV), falecido em criança, aos 11 anos; Tenente José de Souza Dias Negrão; Octávio, falecido em criança, com 11 meses; Álvaro, falecido em criança, com 16 dias; Antonio, falecido em criança, com um dia; Maria Francisca da Luz Negrão Filha (Nenê), casada com seu primo irmão Capitão Ricardo de Souza Dias Negrão Filho; Eugênio, falecido com 8 anos; Maria, falecida com 4 dias; Esther da Luz Negrão, segunda mulher de seu cunhado Ricardo Negrão Filho.  
Exerceu vários empregos públicos nos quais teve a ocasião de prestar inestimáveis serviços ao Estado e ao País, sendo: Em 1852, com 19 anos de idade, Escrivão do Juiz Municipal de Curitiba; nesse mesmo ano foi nomeado 2° Tabelião de Notas de Curitiba; em 15 de março de 1855 foi nomeado interinamente Administrador da Agência de Itararé e, transferido a pedido, para Coletor da Vila do Príncipe, hoje Lapa; em 9 de junho de 1855 foi nomeado Administrador Interino da Barreira do Rio do Pinto, em Morretes; Oficial da Secretaria de Governo em 27 de agosto de 1856 tendo pedido demissão deste cargo em 9 de março de 1857; em outubro de 1858 foi nomeado Escrivão da Coletoria da Capital, cargo que exerceu até 20 de fevereiro de 1860; logo depois foi nomeado Secretário da Repartição Estatística, sendo em 1863 adido a Secretaria de Governo; em 9 de junho de 1863 foi nomeado Escrivão do Registro de Rio Negro, cargo que não chegou a exercer por haver sido nomeado em 24 de agosto de 1863 escrivão da Barreira da Graciosa; em janeiro de 1864 assumiu interinamente o lugar de Administrador da Barreira, cargo em que foi efetivado até aposentar-se em 1877. Depois de aposentado ainda exerceu o cargo de Inspetor Escolar no Porto de Cima, no qual prestou muitos serviços a causa da instrução. Foi também Deputado a Assembléia Provincial.
Todas essas funções foram exercidas com solicitude e civismo, zelo e honestidade.
Político moderado, justo e generoso. Foi membro preeminente do Partido Conservador. Quando exerceu o mandato de Deputado a Assembléia Provincial muito lutou pela difusão do ensino primário.
Deixou em seu livro de lembranças, bonitas páginas as quais deixam transparecer a beleza moral do seu caráter.
Faleceu o Capitão João Negrão, em 2 de abril de 1887, sendo a sua morte muito sentida, tal era a consideração e alta estima de que gozava entre seus compatriotas.
Foi o Capitão João Negrão um filho exemplar, um esposo digno, um amantíssimo pai, um irmão de dedicado e um amigo leal.
Que a mocidade de hoje saiba seguir os exemplos proveitosos daquele grande coração.
Uma das principais artérias viárias de Curitiba, a antiga Rua Rio Paraná, leva o nome desse ilustre morretense.

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