O HISTORIADOR MORRETENSE - ERIC J. HUNZICKER

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

PARTIDO REPUBLICANO DE MORRETES
1890-15 de janeiro: Ineditorial. O Centro Republicano de Morretes aos Seus Correligionários. Uma falsa compreensão dos intuitos do Partido Republicano de Morretes, representado pelo seu Centro Diretor, onde figuram membros dos dois antigos partidos, Liberal e Conservador, tem dado margem a comentários pouco dignos, dizendo-se, entre outras coisas, que esse partido faz oposição ao governo deste Estado. É uma falsidade. Da redação das duas primeiras atas de reunião, cujas cópias foram enviadas ao digno Governador deste Estado, vê-se exuberantemente que o Partido Republicano deste município põem-se ao lado do venerando cidadão, pronto a concorrer, quando em si couber, para a solução dos variados e complexos problemas de progresso, do adiantamento e do bem estar deste futuroso Estado. Na política larga que cabe aos atuais diretores do movimento ascensional da Pátria, na estrada aberta por onde seguem os que tomaram a si o encargo de felicitar o nosso país, o Centro Diretor do Partido Republicano de Morretes, sem paixões, despido de antigos preconceitos, fora de intrigas pequeninas, há de seguir intemerato, porque sente em si mesmo a força necessária, a prudência precisa, a altivez que enobrece, para colaborar, na medida de sua atividade, na tarefa ingente do progresso deste Estado, sem olhar a sacrifícios, sem poupar esforços, ser temer obstáculos. Não o intimidarão as armas que lhe forem apontadas, e os políticos honestos, os ambiciosos de glórias legítimas e merecidas, os patriotas sinceros, hão de vê-los a seu lado quando for ocasião oportuna. Manejar contra o Centro Diretor do Partido Republicano de Morretes, as armas ignóbeis da intriga e da calúnia, é perder tempo: porque ele conta consigo, com as suas forças, com a sua vontade inabalável, com aqueles que o elegeram e finalmente com os prosélitos que o seu patriotismo e a sua isenção lhe poderem angariar. Na faina gloriosa de preparar os elementos da grandeza deste Estado, os Republicanos de Morretes irão pedir meças de valentia aos que mais valentes foram. No terreno baixo da política pequena e estéril é que ele não poderá ser encontrado. Os homens que assinaram a ata da sua primeira reunião, há muitos anos conhecidos no Estado inteiro e que respondem por seus próprios nomes, são o penhor seguro dos seus nobres intuitos, da sua grande isenção partidária. Nenhum deles é candidato a empregos públicos, nenhum deles tem parentes que os necessitem. Esta é a sua força. Se outros merecimentos lhes faltassem, este predicado seria bastante para salientar-lhes a independência.  O Centro Diretor do Partido Republicano de Morretes, rompendo todos os laços que o prendiam aos antigos partidos, prestará seu apoio desinteressado a quem for digno de merecê-lo, a quem, como ele quer trabalhar com afinco na consolidação da República em nossa pátria e para adiantamento deste Estado. Sem compromissos tomados, sem intenções preconcebidas, a não ser a colaboração efetiva no trabalho árduo, mas glorioso, de ser útil a pátria, ele descansa na sua firmeza, aguardando o momento de levantar-se para a tarefa, dentro da órbita da lei, dentro do programa que a si mesmo traçou, de fazer a política larga que se coaduna com os interesses vitais deste Estado, e com os seus próprios sentimentos de isenção partidária. Fora deste largo círculo não será encontrado, nem com ele se chocarão os interesses inconfessáveis e as ambições descabidas. Morretes, 10 de janeiro de 1890. O Presidente, Joaquim José Alves; O Vice, Antônio Polidoro; O Secretário, José Gonsalves de Moraes; Os Diretores: Rômulo José Pereira, Arsênio Gonçalves Cordeiro, Luiz Ventura Rodrigues, Manoel Francisco Grillo Júnior. 04/1/02.