Cícero Gonçalves Marques, filho do Coronel Manoel
Gonçalves Marques e de Rita de Loyola Marques, nasceu em Morretes. Casado com
Hernestina Marques, filha do Capitão João Gonçalves Marques e de Leopoldina
Leoniza de França.
Cícero foi político de prestígio na Vila do Porto de Cima.
Exerceu o mandato de Deputado Estadual, Juiz Distrital e Suplente de Juiz
Seccional, chegando a exercer interinamente o cargo de Juiz Seccional Federal e
de Prefeito da Capital paranaense, com Mandato de 1896 a 1900.
Industrial da erva-mate no
Porto de Cima, Coronel Comandante da Guarda Nacional na Guerra do Paraguai,
natural de Morretes/PR, foi o 1º Prefeito eleito de Curitiba a cumprir os
quatro anos de mandato. Disputou a eleição com o Presidente da Câmara e
Prefeito interino Jorge Germano Meyer, conquistando a cargo com uma votação
expressiva de 1.152 votos a seu favor contra 51 de seu adversário.
Após assumir a Prefeitura,
criou o Conselho de Saúde Pública, o cargo de engenheiro da Câmara Municipal e
determinou que os terrenos dentro da área urbana fossem cercados, cumprindo a
lei das posturas. Construiu o Prédio do Matadouro Municipal, comprou
equipamentos para o Passeio Público e prolongou as ruas XV de Novembro e
Marechal Deodoro, para melhorar o trânsito de veículos, também mandou construir
o muro do Cemitério Municipal São Francisco de Paula.
No final de 1897, por
motivo de saúde, o prefeito Cícero foi substituído pelo Presidente da Câmara e Vereador Manoel José Gonçalves, que após assumir o cargo teve vários problemas,
principalmente o fechamento da única empresa funerária da cidade, que não
concordava com o enterro grátis dos indigentes, obrigando o prefeito a conceder
licença para outra empresa funerária atuar na cidade.
Nesta época o tráfego já
preocupava a prefeitura, que proibiu os automóveis de circular acima de 10
quilômetros por hora.
Após se restabelecer e
retornar a prefeitura, Cícero Gonçalves Marques comprou a usina energética da
Companhia de Água e Luz de São Paulo, para enfrentar o problema da constante
falta de luz em Curitiba.
Em 1898 afastou-se
novamente por problemas de saúde, sendo substituído durante alguns meses pelo Vereador Paulo França, retornando logo a cargo. Em 1900 transmitiu o cargo ao
novo prefeito eleito Luiz Xavier.
Sua esposa foi uma das
legatárias de seu tio Tristão Martins de Araújo França, que em seu testamento a
contemplou com Rs 500$000 (quinhentos mil réis) e também com a mesma quantia a
sua irmã Maria. Deixou também Rs 1.000$000 (um conto de réis) a sua irmã
Leopoldina Leoniza de França Marques; Rs 3.000.000 (três contos de réis) ao seu
afilhado Dr. Nilo Cairo da Silva e Rs 200$000 (duzentos mil réis) a cada uma
das igrejas e ao Hospital de Paranaguá.
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